Por Karine Bighelini, 06/10/11
De onde vim, nada existia. Cresci na roça, semeei grãos, amansei cavalos e aonde quer que eu fosse, aprendia algo diferente. Minha infância e adolescência foram construídas nesse meio: mato, terra, ar puro e uma vida simples de que hoje sinto saudades...
De onde vim, nada existia. Vivia subindo em árvores, descendo montes e, no vaivém dessa correria, aprendia que a vida passava rápido demais...
De onde vim, nada existia. Sempre quis ir a um lugar aonde o tempo passasse calmamente, não me importando com as “tais horas disso” e com as “tais horas daquilo”...
De onde vim, nada existia. O que existia, na verdade, era um mundo irreal em que todos esses cenários eram alimentados pela minha imaginação. Sonhar sempre foi a única coisa que podia fazer com maestria. Não precisava de dinheiro para isso e nos momentos em que podia estar sozinha, viajava para esse lugar onde, realmente, queria estar...
Sou assim: de alma leve e com espírito de uma égua selvagem. Não quero ser domada, programada; mas sim, livre e dona de mim mesma. Não espero a aprovação de ninguém, espero a liberdade de poder viver no “meu lugar”, onde as pessoas respeitem umas às outras, sem rótulos, sem estereótipos, apenas respeitem...
Sou assim: criadora de um mundo ideal, talvez irreal... Mas, não importa! O que importa é para aonde pretendo ir e onde pretendo ficar. Esses são os únicos sentidos e objetivos a serem seguidos. Se no final de tudo, conseguir preencher esses ideais, a vida terá valido a pena...
Sou assim: sigo o fluxo da simplicidade, sigo a trilha da liberdade e chegarei onde a felicidade deve estar!