Por Karine Bighelini, 22/11/13
Hoje quero ser do contra, do
outro lado, do oposto, daquilo que ninguém quer falar. Resolvi fazer do meu
jeito... Simples assim! Alguém já não disse que a unanimidade é burra?
Ah, se todos seguissem seus “próprios
eus”...
Ah, se a direção de nossos
instintos se dispusesse de qualquer norma ou medo de viver!
Quanta originalidade não seria
dispensada,
Quanta tristeza poderia ser
evitada!
Quisera que todos nós pudéssemos
“seguir” somente a genialidade humana.
E ao menos, uma vez ao dia,
termos a intensidade de Mário Quintana!
Com seu inesquecível Poeminha
do Contra, autores tradicionalistas ousaram criticá-lo pela sua simplicidade
linguística.
“Somente” inesquecível foi o
que ele conseguiu ser!
Tantas interpretações desde
1978 e ainda, hoje, sua famosa estrofe leva o público a devaneios e
entendimentos semânticos:
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
Há liberdade maior do que o voo
de um pássaro?
Ser livre, ser solto, ser seu
dono...
Ter asas: que combustível invejável!
Não quero atravancar, quero
libertar-me...
Não quero ficar, quero
simplesmente passar...
Não quero ser “imortal”, quero
apenas voar, voar e voar!